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Quero falar, gritar, sem parar. Quero dizer o que esta entalado em meu peito, e que nem ao mesmo sei o que é. Busco aquilo que não conheço aquilo que não sei o que é, busco um desconhecido em uma multidão, busco entre olhares um, estou em uma busca eterna, que não faz nenhum sentido. Quero o sentido da vida, o sentido da dor, do rancor, quero o sentido do amor, quero o sentido de se ter sentido. Eu quero e busco o sentido de mim mesma, me procuro onde nunca estive, nas esquinas mais estranhas de minha mente, onde ninguém teve coragem de pisar, muito menos eu, ou pelo menos este eu, que não se conhece, e que não se possui. Quero possuir a mim mesma, os meus desejos, quero possuir os meus sentimentos, quero possuir meus caminhos, meu destino, meu carma, minha maldição, quero ser minha própria dona. Quero ser dona de meio mundo, quero ser dona dos sentimentos em relação a mim, quero dizer a alguém que não deve se apaixonar por mim, quero escolher que continuem me amando deste meu jeito louco, deste meu jeito anormal. Sou os mais delirante entre os loucos, sou a mais sã entre os normais, sou o que sou, e o que nem sonho em ser. Sou a poeta, a escritora, a amiga, a namorada, a amante, sou a filha, a neta, a Irma, sou a bisneta, a sobrinha, a cunhada, a aluna, a professora, no final das contas sou a musica. Minhas musicas não possuem melodia, canto elas na melodia do meu dia, tenho elas guardadas nas mais estranhas gavetas, e nos piores pedaços de papeis, e ate mesmo no mais moderno dos computadores, elas cantam os mais variados momentos de minha vida, meus momentos depressivos, alegres, sub-existenciais, mas são esses momentos que me fazem seguir em frente, e são as pessoas com quem compartilho que fazem eu seguir enfrente, quando eu ando perdida dentro de mim.
Sahmara Malheiros But